quinta-feira, 29 de abril de 2010

Floodland

-Rio,29 de abril de 2010.Saí um pouco mais cedo que de costume. Tinha chovido um bocado a noite toda. Botei minha capa de chuva o capacete e ao invés de bermudas um jeans. Já na saída do Buraco da Carlota, um menor resolveu fazer a ciclovia de dormitório e meteu-se dentro de um saco de dormir. Desviei e segui pedalando. Adiante, logo após o segundo posto de gasolina, um declive alagado que eu desviei com facilidade. Beleza. Quando chove aqui no Rio. A cidade fica complicada para carros, imagina pra bicicletas. Pois é. Cheguei no aterro e foi moleza até chegar nos arredores da pista de skate. A Pérola Negra teve que virar pedalinho e foi uns vinte metros no meio da água barrenta. Depois foi a moleza de sempre. Quando cheguei no escritório, percebi que a palavra paralama faz todo sentido do mundo. Preciso de um urgente.
Na volta ainda não estava chovendo e eu precisava de um paralamas. no SAARA a CEDAE precisava dar um jewito no esgoto à céu aberto. Porra CEDAE! Na Gomes Freire, um carro da Polícia me deu uma fechada . Arua estava vazia  e o cavalheiro quase me empurrou a bicicleta com a viatura. Bom saber que podemos confiar na estupidez humana o tempo todo. Como me acho muito jovem pra levar um tiro, segui calado. Fui em frente e quase no final, um taxi reduz para que eu passasse para o outro lado da pista. Bacana. Passei na loja e eles não tem paralamas para minha bicicleta. Putz. Continuo precisando de um. Vou pelo passeio até o MAM e cai aquela água. Pensei até em me abrigar no MAM, mas como estava cheio de vagabundo com a mesma idéia que eu, decidi meter o pedal.
Chuva, chuva chuva. Estava chegando na pista de skate, já muito molhado, mas o trecho da pista não estava mais inundado. Lembrei que de manha tinham uns caras da Colurb. Valeu caras da Colurb!
Em Botafogo mais chuva e mais vento. Na Urca uma van resolve ignorar o sinal e quase me atropela. No Buraco da Carolota, um babaca  resolve fazer a ciclovia, que tem uma placa enorme proibindo pedestres, de passarela, quase causando um acidente. No sinal da Princesa Isabel, um carro ignora op sinal aí eu gritei: -Respeita a ciclovia, porra!O motorista do caminhão freou no susto. Ficou olhando pra minha cara. Passei agradecendo. Cheguei em casa completamente encharcado e decidido a checar a meteorologia antes de sair de casa.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Tempestade à beira mar, falta de respeito e

Rio, 27 de abril. Depois de um feriado prolongado, estava muito ansioso de botar a Pérola Negra na rua de novo. Tinha bebido um bocado na segunda e estava disposto a  suar todo o alcool que eu tinha consumido.
na saída do Buraco da Carlot, o solzão a tostar miolos e um vento que vinha meio de lado, mas nenhum problema.
No Parque do Flamengo um monte de gente andando. Puxa... Eu gostaria mesmo que os pedestres que, vejam bem, eu sei que tem a preferência na pista do Aterro, mas podiam pelo menos andar em fila indiana. e se ligar na campainha ou serei obrigado a adquirir uma daquelas buzinas de bomba. Cheguei sem maiores percalços, fora um pedal que se quebrou num movimento mais forçado. No escritório, verifiquei que havia esquecido minhas calças em casa. Felizmente minha chefe é gente boa pra caramba e deixou que eu trabalhasse de bermuda.
No Centro, muitos lugares parecem antigas reportagens sobre o Rio no começo do século: Esgoto a céu aberto, sujeira nas ruas, descaso dos que usam as vias como lixeira vias e das autoridades. A volta teve um vento contra mais forte ainda no começo da Praia de Botafogo. Parecia que eu estava subindo uma ladeira enorme, pedalava e quase naão saia do lugar até me agachar sobre o guidom, o que diminuiu a resist e no final chuva e o descaso de dois ônibus que ficaram atravessados na pista com o sinal aberto para mim. Falta de respeito que eu, é claro fotografei.
Esse atraso me fez pegar uma chuva mais forte e cheguei em casa que nem um pinto recém nascido.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Quarto dia

Rio, 22 de abril- Acordei as oito e meia, dei um beijo na namorada e fui pra batalha. Parei para comer um café da manhã bem junky: Coxinha e Cocacola. Prendi a Pérola Negra em um cadeado tabajara que eu tinha comprado uns dias antes, e fui encarar meu desejum. Na volta a chave arrancou um pedaço do miolo, ou seja, prendi a pérola negra para sedmpre num canteiro de árvore. Liguei para a namorada, que rapidamente trouxe uma serra. Roubei minha própria bicicleta de mim mesmo e segui viagem. Na Praia de Botafogo, currai de ferro, barracas e todo o tipo de obstáculos me atrapalharam a vida. Fanatismo religioso desconhece cidadania. lamentei silenciosamente pelo mundo dominado por esse tipo de estúpido fui pedalando até o aterro. No parque, um odor pior que a tragédia no Morro do Bumba, quase me fez botar pra fora a coxinha que tão carinhosamente devorei. Pedalei sem parar de copa até o MAM. Parei para dar uma alongada e encontrei Vanessônica e uma amiga. Fomos conversando. Na conversa fiquei sabendo que vai ter a Marcha da Maconha. Beleza. Sou a favor que liberem mesmo. Andando até a Calógeras, nos despedimos e fui  pelo Capanema e por ruas tranqüilas até a quitanda e ao meu trabalho.
A volta foi tranqüila. fui pelo SAARA e apesar de um ou outro me olhando de cara feia, foi bem relax. Comprei uma corrente nova, com combinação. e uma garrafinha de água ( dez quilômetros no sol dão uma sede fenomenal) e peguei o novo número da Void no Plano B.
No almoço eu tinha comido um prato gigante de comida vegan, num restaurante vegan, com a namorada. Estava gostoso, mas na hora de voltar passei meio mal. Mesmo enjoado pedalei com vontade. Em Botafogo, um skatista toma um hang up e  o longboard vem na minha direção. Os freios funcionaram bem, mas a aderência dos pneus deixou um pouco a desejar. Dei um borrachão, mas consegui parar a tempo de evitar um tombo. bastante enjoado parei para tomar outra Cocacola. Dei uns arrotos afrouxei o capacete e pedalei célere para os braços da namorada.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Terceiro Dia.

Rio 16 de abril. Bastante calor. saí um pouco mais cedo para pegar menos trânsito no centro e para ir com menos pressa. Desci com a bicicleta, ainda com a folga no guidom, que me deixara um pouco preocupado,  e decidido a trocar o banco, que era muito pouco confortável. Pedalei com calma por causa do sol, acariciando meus olhos com a paisagem do Parque do Flamengo. Quando cheguei ao pátio do MAM, uma surpresa, chineses apraticando tai chi, na sombra. Como eu estava pedalando por uma hora debaixo do sol pareciam silouetas de um gibi do Frank Miller. Pensei em praticar, perguntei ao guarda, que fica num trailler em frente ao MAM, a que horas tinha gente praticando tai chi e ele me respondeu com um lacônico " muito cedo". Desisti e continuei minha senda por veredas mais urbanas. desci a calógeras e entrei via Pedro Lessa por uma rua bem pouco movimentada que saia direto na Rua da quitanda. Beleza. Meu caminho está se aperfeiçoando.
Na volta, entrei pela quitanda até a buenos aires, atravessei sem problemas o Camelódromo e o Saara, apesar dos pedestres não ligarem muito para minha campainha. Mas não atropelei ninguém e foi bem mais divertido do que ir pela Carioca. Na Gomes Freire, um micro-ônibus( sempre eles) ameaçou passar por cima de mim  encostei na calçada e dei passagem. Deixei a bicicleta no Bicicletas da Lapa para trocar o banco e  resolver o problema da folga no guidom. Encontrei o Marcos Ferreira ( a.k.a. Sapacecake) e O Maurício da Baratos da Ribeiro, no Plano B. Conversamos sobre assuntos diversos, peguei minha bicicleta e meti pedais para casa. o banco novo é ótimo consegui pedalar sentado o tempo todo e as dores sumiram. Quando cheguei , levei uns quinze minutos adaptando posições pra colocar a bike no elevador. Consegui. Em casa uma surpresa agradável me esperava, mas isso é pro blog da pornografia.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Bem que podia sair logo do papel

Olhando um mapa cicloviário, descubro que existe um projeto de um trecho que vai do MAM até o Cais do Porto, passando pela Praça Mauá. Isso diminuíria consideravelmente os riscos no meu trajeto ao trabalho. E entendo que muita gente também ia gostar. A namorada ia ficar bem mais tranquila..

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Segundo Dia

Rio.15 de abril. Acordei cedo e muito empolgado com a possibilidade de ir novamente de bicicleta para o trabalho. Minhas nádegas doíam, mesmo com capa de gel, emprestada da namorada.Desci os oito andares com a Pretinha nas mãos. Derscer é mole. Um vizinho perguntou se não dava para por no elevador. já tinha posto mas é grande demais Decidi sair mais ou menos na hora em que estou acostumado a sair de ônibus. Mais um equívoco. Levando-se em consideração que os maiores perigos são os carros e o risco de você machucar um pedestre. sair mais tarde mão é bom. Ainda testando caminhos, desci a Calógeras e a rua que lhe dá sequência até a rua da quitanda; menos obstáculos mas tive que andar na contra mão e na calçada por muito tempo. Entrei na Rua da Quitanda e cheguei. O caminho tinha sido melhor, mas como eu saí mais tarde acabei topando com obstáculos que poderiam ser evitados se eu saísse mais cedo.
Na volta fiz o mesmo caminho da terça feira, mas desta vez a Carioca estava sem um carro até a Praça Tiradentes. foi fácil. Segui uma biocicleta( triciclo?) com uma caçamba na frente que abriu caminho entre os carros. O trecho da Tiradentes até a Lavradio continua muito ruim. de resto o mesmo caminho de anteontem. No posto de gasolina antes da General Severiano, dei uma parada. Tinha ligado uma paranóia do pneu traseiro vazio. parei no posto perto da bomba de ar, esperei o cara do carro encher os quatro pneus e fui encher o meu. Não tenho a especificação da calibragem. encho até ele ficar mais ou menos duro. Um sujeito para com o carro e  começa uma conversa:- Puxa! Essa sua bicicleta é mesmo muito bonita. Quanto tu pagou nela? - Trezentos e setenta reais. - Já veio com marcha?- Já. Umas quinze. Comprou aonde?- Num bicicletário na Lapa, que fica na esquina da Muratori com a Riachuelo. -Ela parece a Calói 100- É uma versão meio tabajara mas é bem confortável. -já vem equipada?- Eu coloquei a campainha e esse retrovisor, só que não funciona bem, trepida muito, nem dá pra ver muita coisa- Tem o endereço dessa loja? Tirei o adesivo do Bicicletas da Lapa e entreguei ao sujeito.- Posso ficar?- Pode.- Parabéns, fez uma excelente compra- Obrigado. Montei na pretinha e fui embora. passei pelo Buraco da carlota sem sobressaltos e cheguei  no edificio decidido a  tirar a roda dianteira e botar a bicicleta no elevador. E quem disse que eu ia ter forças pra tirar a roda dianteira?Voltei a subir oito andares. Parei no quarto andar pra respirar. cheguei moído, com dores nas nádegas e umna folga no guidom que me deixou preocupado.

domingo, 18 de abril de 2010

Primeiro Dia

Rio, 13 de Abril de 2010
Comprei minha bicicleta no mês passado, mas as chuvas, falta de equipamento de segurança adequado e as preocupações da namorada me fizeram adiar o projeto de ir ao trabalho de bicicleta. Decidi quando vi na balança do banheiro que estava uns quinze quilos acima do meu peso. Assustado, decidi por meu plano em prática. Meu ultimo check up médico era animador, pressão de garoto, pouco estresse no trabalho... Beleza!
Beijei a namorada preocupada e saí.O primeiro obstáculo era o elevador. Minha bicicleta é de passeio, com guidom largo, mal passa na porta. Decidi descer oito andares com a bicicleta na mão. Tranquilo. Os Pneus estavam um pouco vazios, parei num posto e enchi. Peguei a ciclovia na Princesa Isabel  sem um trajeto pré estipulado.

No Buraco da Carlota outro obstáculo: Um menor que dormia na ciclovia quase enviesado na pista, enrolado num cobertor. Consegui desviar mas poderia não ter conseguido e ia acabar machucando o garoto eu a mim mesmo. A ciclovia no curto trecho da Urca é bastante bem sinalizado, o perigo é a entrada e saída de carros  mos postos de gasolina. Ao longo do trecho que atravessa a enseada de botafogo até o aterro desníveis, rachaduras e no fial, já perto do Aterro, um buraco interrompe a pista. No aterro O asfalto sem buracos o vento que vem do mar e as arvores fazem um belo visual. Muito bom passar por ali antes de seis horas num escritório.
Cheguei ao MAM cerca de quarenta minutos depois de começar a pedalar. Atravessei aquela ponte em frente ao museu e com meu camelo preto fosco entrei pela Calógeras. Aí meus problemas comaçaram.
Entrei por uma rua pela contra-mão acreditando ser mais seguro. Ledo engano. Eu não contei com o fato de que os pedestres só olham na direção em que os carros vem. Desci até o final da Rua da ABL e atravessei a primeiro de março. Se o Inferno tivesse um apelido, certamente seria Primeiro de Março entre dez e meio dia. O código nacional de trânsito determina uma distância que os carros devem manter de um ciclista. Pois na Primero de Março parece que pegaram o código de trânsito e limparam a bunda. é um tal de ônbus te jogando na calçada. carros  te fechando, como se tu fosse algo a ser eliminado. Consegui chegar até o Paço, atravessei no sinal, encontrei com o Carequinha, que estava indo pra UFF e tomei o Rumo do trabalho pela  rua da quitanda, pensando já em uma alternativa para meu trajeto.
Na volta resolvi passar no Plano B e saí da Candelária pala Rio Branco e entrei novamente na Rua da Quitanda. fui até a esquina com  a Rua da Assembléia, sem maiores problemas e entrei na Carioca. Uma camionete , na altura da Praça Tiradentes resolve provar que é possível colocar dois corpos no mesmo lugar no espaço me usando como cobaia. por sorte consegui desviar a tempo. Depois desse susto, decidir ir pela calçada com o camelo na mão e entrei pela Lavradio, dobrei na Rua do Senado e atravessando a Gomes Freire sem problemas, cheguei no Plano B. Parei um pouco lá e saí antes que escurecesse. Desci a Riachuelo, Mem de sá e Rua do Passeio até a Rio Branco. Dobrei para a Avenida Presidente Wilson( Ou Beira Mar. Sei não...), atravessei na pontezinha e voltei pelo aterro, passei por  quatro cavaleiros da PM o que me deu alguma tranquilidade  e fui pra casa sem maiores sobressaltos, cheguei na porta do prédio coloquei a bicicleta no ombro e subi os oito andares que se punham entre eu e um chuveiro gelado. Cheguei quase morto no oitavo andar. Tirei a roupa suada e caí na água. Namorada chegou mas acabei apagando antes que ela pudesse me dizer boa noite. Mas estava satisfeito e queria repetir a dose.